Com a prisão de Henrique Pizzolato na Itália e do deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP), dos 25 condenados no julgamento do mensalão, só três ainda não começaram a cumprir a pena, entre eles o delator do esquema, o ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ). No total, 19 estão presos e três cumprem pena alternativa.

O petebista aguarda em sua casa decisão do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Joaquim Barbosa, sobre pedido para cumprir a sua pena de 7 anos e 14 dias de prisão em regime domiciliar por conta de seus problemas de saúde.

O ex-assessor parlamentar do PP João Cláudio Genú, condenado a quatro anos de prisão por lavagem de dinheiro, também ainda está livre pois aguarda julgamento de um recurso apresentado pela sua defesa.

Na mesma situação está Breno Fischberg, ex-sócio da corretora Bônus Banval, usada para lavar parte do dinheiro do esquema. Ele foi condenado por lavagem de dinheiro a 3 anos e 6 meses de prisão, no regime aberto, mas espera o STF se manifestar sobre o seu recurso que pede absolvição ou conversão para pena alternativa.

Os principais ex-dirigentes petistas estão presos desde novembro, incluindo o ex-ministro José Dirceu, o ex-presidente do partido José Genoino e o ex-tesoureiro Delúbio Soares. Genoino cumpre a sua pena provisoriamente em casa por motivo de saúde enquanto aguarda uma decisão definitiva do presidente do Supremo.

Inicialmente preso no Complexo Penitenciário da Papuda, Genoino conseguiu ser transferido para casa após passar mal e ser hospitalizado. Barbosa concedeu o benefício até o próximo dia 19 de fevereiro, quando Genoino deverá passar por nova perícia médica. A partir de então, Barbosa terá de que decidir se ele cumpre em definitivo no regime domiciliar ou volta para a prisão.

O publicitário Marcos Valério, operador do mensalão, e os seus ex-sócios, Cristiano Paz e Ramon Hollerbach, estão presos em presídios do Distrito Federal e de Minas Gerais.

O ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato foi o último a ser preso. Ele fugiu para a Itália e foi detido ontem pelas autoridades italianas com passaporte falso.

No dia anterior, o deputado federal João Paulo Cunha se entregou à Polícia Federal após ter seu mandado de prisão expedido pelo STF. O processo contra ele foi considerado encerrado no início de janeiro, mas, como o ministro Joaquim Barbosa tinha saído de férias, ele esperou em liberdade até então.

Dos que já estão cumprindo pena, apenas três (ex-deputado José Borba (ex-PMDB), o ex-secretário do PTB Emerson Palmieri e o ex-sócio da corretora Bônus-Banval Enivaldo Quadrado) receberam penas alternativas, convertidas em pagamento de multa e prestação de serviço em um dos casos.